sexta-feira, 1 de abril de 2011

Longo março

Eram violão, clarinete, cavaquinho e pandeiro.

Um quarteto. Parecia que tinham ensaiado muito. A música era como uma parte de cada um. Quase uma continuação.

Minha professora diz que cada um tem um som. Uma música. Qual a sua música?

Era noite. A cidade ainda estava movimentada.
Não sei o que estava fazendo ali. Não sei como cheguei ali.
Era um pedido pra não pensar.Era um pedido pra não chorar.

Fiquei encostada em um telefone público. Sem hora sabe?
Estou confusa. Sentindo medo.


Uma senhora que começou a dançar meio desajeitada. Descalça. Com o cabelo bagunçado. Estava rindo e convidando as pessoas pra dançar com ela. Começei a rir e logo pensei: Poxa, é agora! Agora. Você pode me entender?

Tudo é tão igual. Pra mim é tão diferente.
Às vezes os dias parecem não chegar ao fim. Quase sem fim. Acordar não é bom mais...

Estavam todos ali naquela noite. Eu estava ali.
Quando choro não sei dizer o que passa na minha mente.
Descobri que o silêncio também fala. O olhar. Um abraço. Um sorriso.

Sou eu. E vai ficar tudo bem. Isso é meu único certo agora...
Não por que sei. Por que quero. Sinto.

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